domingo, julho 06, 2008

Declaração de Amor II


Hoje você começa a galgar os degraus do Paraíso enquanto eu permaneço aqui entre as árvores sombrias e monótonas condicionado a nunca mais sonhar. Minha imaginação fecha-se para o real e minh'alma cria outros universos. Não cria, mas recira. Recria você no meu universo, meu infinito particular.

E ainda assim ouço música em você, compro livros, bebida e comida em você. E vôo sob suas asas, atrás dos seus olhos, dentro da sua carne. Lembro coisas inúteis, esqueço dos sonhos despertos.

Amargo e Doce, Triste e Feliz, Bom e Ruim. Fecho os olhos enquanto meus braços estão abertos. Ando devagar enquanto o coração tem pressa. São déja vu inéditos e clichês originais. E vivo na antítese de tudo, vivendo de um extremo ao outro entre o amor e a dor.

E quando passar por aquelas ruas, lembre-se de mim, se impossível. Porque eu só sei ser assim.

3 comentários:

Hudson Pereira disse...

Éramos dois bebês e Cazuza já cantava "Por que que a gente é assim?"

E eu te pergunto Adilson Junior, por que que a gente é assim?

Eu, que adoro fazer declarações de amor, vivo me perguntando onde elas me levam,será que ando lucrando?

Eu não sei porque eu sou assim,mas uma coisa eu sei. Mais uma dose? Claro que eu tô afim.

Perfect!

Anônimo disse...

É quem diria que eu Carla Velasco estaria fazendo um comentário em um blog?!
E o pior, sobre um tema que não domino (vc mais do que ninguém sabe disso!hauhauhua).
Pois é, não sabia que dentro desse ser extrovertido e um tanto quanto nem aí pra vida (eu acho) teria lugar para um sentimento tão nobre, embora seje uma
declaração de amor triste, amargurada.O mais incrível
é que é profundo,único e um verdadeiro misto de emoções.
Não tenho mais palavras para descrever tamanha beleza.
É simplismente perfeito e intenso de uma forma tocante!!!
"E quando passar por aquelas ruas, lembre-se de mim..."

Vanessa Martins disse...

"(...)Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?" Mário Quintana.

Essas declarações de amor ecoam aos berros dentro de nós, de modo que a única coisa passível de esquecimento é o próprio esquecimento.

Falar o que de você, caro Adilson Jr.?! Nada.
Maravilhoso.. é isso.