sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Cata-vento


E pelo meu sopro, pelo ar que invade meu peito e que libero como uma forma de expandir a angústia que há dentro de mim, vou contaminando aqueles que estão próximos a mim, aqueles cujo sopro me afeta de alguma forma, mas que não me contamina porque sou demasiadamente egoísta pra atrair a epidemia dos outros. Quero a dor só pra mim. Gosto do auto-flagelo.

E assim, nessa interação de ares e ventos que circunscrevem minha existência, lido com o vento interior. Vento leve como a brisa e que às vezes, de supetão, se torna rajada, e outras vezes, tufão.

2 comentários:

Hudson Pereira disse...

Bem que Cazuza diz que " na dor tem sempre uma pontinha de prazer", isso é fato. E sabe a sensação gostosa de caminhar no vento? Imagina num tufão,e com o coração na mão...não imagino, eu sinto!

Vanessa Martins disse...

Sopre, assopre. Abra as janelas, os ármarios. Abra a camisa... dispa-se e caminhe com o coração na boca, lágrimas nos olhos, dor no peito e esperança na alma. Deixe seus ventos te levarem, aí dá pra perceber que sopro no coração não é tão ruim assim e que vale a pena morrer disso.